Naquela noite choveu. Choveu em pleno verão. E cada gota que caia me lembrava um momento difícil em que quis um recomeço e falhei. Achei que recomeço era pura fraqueza. Cômico de se pensar. Mas tudo que me vinha a mente é que o amor era aquilo ali. O amor era lastima, era raiva, aventura e percalços. Mas o amor é longe disso. Amor é calma. É quando essa chuva passa e o brotar das flores aparece pra nos mostrar o sentido da posterior chuva.
O amor é o reflexo do sol que faz a janela ser um mínimo obstaculo e adentra o seu quarto. amor é quando você descalça um sapato que lhe aperta o pé.
Entrega, vulnerabilidade. Nós somos vulneráveis ao amor porque somos parte dele. Somos feitos por ele e ele esta em nós. Porque para amar é preciso se amar primeiro. Se preencher de amor pra transbordar no outro. Ser metade por completo e completo com a metade. É se amando que se aprende a amar. Ser amor é ser unitário. Sentir-se tal pra somar sozinha e dividir no outro. Sendo paz se é amor.