quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Sonho de exilio


  Sozinha. Uma arvore e seu fruto, uma canção ambiente, mil ventos murmuram ao  meu ouvido,papel e caneta na mão. As ondas do mar que parecem flutuar a passos ensaiados. Tudo é tão perfeito. Nada me falta,tenho pleno poder sobre tudo. Os pássaros cantam acima da sombra que  cobre. A musica, de tão suave, me faz exorbitar. Não consigo me lembrar de como é na cidade, dos e-mails que precisam ser  lidos, celular, meus compromissos, dos sinais de transito, das correspondências,minhas obrigações...
 Nada me fará voltar, quero permanecer aqui, minha felicidade está aqui,não largo-me desse momento. Continuo intacta, entre um brilhar e outro do sol, vou cantarolando, e expondo no papel a alegria do meu viver um não viver. Agradeço ao Mestre por  tanta beleza,pela natureza,pelo sol ..Um acaso!
    A chuva parece querer cair, então  volto pra a pequena  cabana montada com seu designer rústico , acendo a lareira, e  continuo a contemplar . Um  misto de felicidade equilibra- me com a vida. Tomo um café, preparo a minha cama, um bom livro me acompanha, e na oração desejo que o mundo todo pare,assim como eu,para apreciar tamanha beleza, que nenhum arranha-céus pode substituir.
 De repente, um abrir olhos e já estou de volta à realidade. Transito exaustivo da cidade grande, milhares de correspondências me esperam, turbulências,poluição..  De volta ao caos!
Começa , enfim, uma nova historia ...

sábado, 19 de fevereiro de 2011

Das Pedras



"Ajuntei todas as pedras
que vieram sobre mim.
Levantei uma escada muito alta
e no alto subi.
Teci um tapete floreado
e no sonho me perdi.
Uma estrada,
um leito,                                         
uma casa,
um companheiro.                          
Tudo de pedra.
Entre pedras
cresceu a minha poesia.
Minha vida...
Quebrando pedras
e plantando flores.
Entre pedras que me esmagavam
Levantei a pedra rude
dos meus versos."


Cora Coralina

Quem sou eu

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Eu sou a poesia que se perdeu no vento.